Quem me acompanha sabe que eu entendo a tecnologia como uma forma de manter acesa a chama da tradição. Pra mim, é isso que representa o uso da EletroAcupuntura na nossa prática clínica e em pesquisas científicas também.
Em comparação com a acupuntura manual tradicional, a EletroAcupuntura se mostra mais adequada para pesquisas científicas, já que pode ser padronizada por parâmetros como frequência de estimulação, intensidade, amplitude, duração, entre outros. O que faz com que as pesquisas sejam replicadas mais facilmente.
Um dos ganhos valiosos que o uso da EA em pesquisas tem ajudado a desvendar são os mecanismos neurais para analgesia induzidos pela acupuntura.
Na semana passada, falei aqui sobre um estudo conduzido por uma equipe de pesquisadores da Universidade de Harvard e publicado na revista Nature cujo grande avanço foi ter identificado o tipo específico de neurônio necessário para que a EA conduza uma resposta anti-inflamatória através do eixo vago-adrenal, uma via de sinalização do sistema nervoso.
Mas desde a década de 1970, há pesquisas com esse propósito. Os primeiros trabalhos demonstraram o papel vital do opioide endógeno no efeito da acupuntura. Depois, a participação de mais neurotransmissores e seus receptores também foi comprovada. Hoje, se sabe e reconhece que a estimulação da EA pode enviar sinais de locais periféricos para as regiões centrais onde as informações sensoriais são integradas.
Além disso, também tem chamado cada vez mais atenção a conexão entre o efeito da EA e o papel do sistema inibidor da dor descendente na modulação da dor. Aliás, publiquei aqui um post há algumas semanas mostrando isso também. Se você não viu, deixei o link dele nos stories.
Além de comprovar através da metodologia científica aquilo que observamos na nossa prática clínica, o quanto a acupuntura é eficaz no tratamento e no alívio de dores, especialmente as crônicas, esses estudos ampliam o entendimento do quanto a acupuntura pode melhorar de fato a qualidade de vida dos pacientes. O que, no fim das contas, é o que interessa ao profissional de saúde.
E se você é paciente e sofre com dor crônica, agende uma consulta comigo aqui em Curitiba.