Na nossa prática clínica, é bastante recorrente no consultório pacientes com dores crônicas – na lombar, cervical ou fibromialgia, pra citar algumas. Para oferecer melhores resultados a esses nossos pacientes, precisamos entender o que é a dor.
Pra começar, a dor sempre é indicada pelo cérebro. É o disparo de sinais de dor feito pelo cérebro que controla toda a sensação de dor.
Por exemplo, quando você machuca a mão, uma cascata de reações parte do local da lesão e isso vai ser “interpretado” como dor pelo cérebro.
A sinalização da dor pode iniciar no local onde ocorreu a lesão. Mas quem gera a sensação de dor nesse local é o cérebro. Ou seja: é o cérebro que, respondendo a estímulos gerados no local do machucado, gera a sensação de dor na sua mão.
Posto isso, vamos a outro importante fator para entender a dor crônica.
Pesquisas sobre a dor têm mostrado que elementos psicológicos e emocionais também podem desempenhar um papel importante. E que estes componentes não-físicos podem ajudar o cérebro a “aprender” a estar em dor, religando os circuitos neurais do corpo para perpetuar a sensação de dor. O que gera, muitas vezes, quadros com dores excruciantes.
Essa dor que persiste, tornando-se crônica, é mais complexa, portanto.
A boa notícia é que a interpretação da dor pelo cérebro pode ser reversível. Com a atenção terapêutica adequada, o cérebro pode “desaprender” a estar em dor, abrindo o caminho para o alívio da dor física. E, como tantas pesquisas feitas mundo afora que já compartilhei aqui demonstraram, a acupuntura é um método eficaz nesse processo.
Além disso, meditação, técnicas respiratórias, tai chi, yoga e outras práticas de interação entre mente, corpo e comportamento também auxiliam nesse processo.
A compreensão desse mecanismo da dor é fundamental para que possamos ajudar nossos pacientes que sofrem com dores crônica. Por aqui, saber isso me ajuda a criar um protocolo para cada paciente, sempre levando em consideração o quão forte é sua dor.